Artigos
Algodão: tecendo transformação social por onde passa – Raul Mognon
O algodão agregou valores à minha vida de uma maneira que eu nunca poderia ter previsto.
Foi em 1993, quando as lavouras do município de Sapezal-MT conheciam apenas as culturas de soja e milho, que Raul Mognon saiu de Pitanga no estado do Paraná com a missão de cultivar algodão em terras sapezalenses.
“O convite do Elizeu Scheffer foi o ponto de partida para a minha jornada do sul para o centro-oeste do País. Com o olhar visionário, ele acreditava que era possível produzir algodão em Sapezal. Cheguei a Mato Grosso e fui direto, junto com Elizeu, conhecer e aprender as técnicas da cotonicultura em uma propriedade rural em Campo Novo do Parecis.
Mesmo lá, encontramos pessoas que disseram ser impossível semear algodão em Sapezal, devido às características do solo. Além disso, aqueles tempos eram muito mais desafiadores do que os de hoje. A tecnologia era escassa, as doenças e pragas eram abundantes, e não tínhamos variedades resistentes ao pulgão, por exemplo.
Mas tudo que o Elizeu faz é com dedicação e muito trabalho, o que leva à perfeição. Começamos com 150 hectares na safra 1995/96, depois passamos para 300 ha, 700 ha, fomos crescendo a cada safra e hoje já são milhares.
À medida que a nossa produção aumentava, eu agregava mais conhecimento também. Minha formação escolar foi básica, fiz apenas o ensino primário, mas a sede de aprender me levou muito além. Afinal, o algodão é uma cultura que não nos permite descansar, sempre exige que estejamos um passo à frente.
No início, aprendi muito na prática, acompanhando de perto o trabalho do Elizeu e quando necessário, ligando para tirar dúvidas com colegas que já trabalhavam com cultura. Eu sempre estava ansioso para conhecer as novidades e implementá-las. Eu mal conhecia o algodão naquela época, mas, depois que o descobri me adaptei e abracei essa cultura.
O algodão agregou valores à minha vida de uma maneira que eu nunca poderia ter previsto. Tudo o que conquistei ao longo dos anos foi graças ao meu trabalho com algodão, uma cultura que recompensa quem se entrega com dedicação, foi ela que me transformou em um especialista no campo.
Parar nunca foi uma opção. Sempre busquei conhecimento e tecnologia no mercado para me aprimorar. Para mim, é gratificante saber que consegui passar adiante o aprendizado que adquiri.
Economicamente, vi o algodão impulsionar a cidade, transformar a vida da população e agregar valor a tudo ao nosso redor”.
