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O solo e sua importância

06/12/2021 O solo, definido como a camada superior da crosta terrestre, é um sistema trifásico compreendido de uma parte líquida, […]

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O solo e sua importância

06/12/2021 O solo, definido como a camada superior da crosta terrestre, é um sistema trifásico compreendido de uma parte líquida, […]

06/12/2021

O solo, definido como a camada superior da crosta terrestre, é um sistema trifásico compreendido de uma parte líquida, que constitui a solução do solo, uma gasosa, que é semelhante ao ar atmosférico, porém com maior concentração de CO2 e menor de O2, e outra sólida, composta por partículas minerais de diferentes tamanhos (silte, areia, argila, cascalhos, calhaus e matacões) e matéria orgânica composta de organismos e restos vegetais em vários estádios de decomposição. O solo é um ambiente multifuncional e complexo que abriga uma variedade surpreendente de organismos vivos. Em um único grama de solo possui milhares de microrganismos de diferentes espécies, sendo milhares de milhões de bactérias, actinomicetos e fungos, além de milhares de diversas espécies de macrorganismos. Na verdade, a extraordinária biodiversidade de microrganismos no solo ainda é pouco explorada, pois 99% dos microrganismos não são cultiváveis e, portanto,  pouco se sabe sobre sua importância ecológica. Esses organismos não só usam o solo como habitat e fonte de energia, mas também contribuem para sua formação, constituindo-se, juntamente com o material de origem, clima, relevo e tempo, um dos cinco fatores de formação do solo.  

A atividade biológica dos solos desempenha papeis fundamentais na transformação, acumulação e transferência de muitos compostos, sendo fundamentais para ciclagem de nutrientes, como nitrogênio ou fósforo, e para o funcionamento dos solos. Dentre outras atividades, os organismos podem controlar a troca de gás carbônico com a atmosfera, participando assim do sequestro de carbono no solo e contribuindo para que o solo seja o segundo maior reservatório de carbono do planeta, sendo os oceanos o primeiro. Vários microrganismos podem degradar poluentes, especialmente os orgânicos, proporcionando a descontaminação de solos poluídos, alguns fixam nitrogênio, estabelecem simbioses mutualísticas, solubilizam fosfatos, produzem fitormônios e assim promovem o crescimento das plantas.  

A fauna do solo, especialmente as minhocas, que são consideradas como verdadeiros engenheiros de ecossistemas, criam uma serie de galerias, promovendo a distribuição da matéria orgânica, a aeração do solo, a infiltração de água e o enraizamento das plantas. Muitos microrganismos também promovem a proteção das plantas contra pragas e doenças, como por exemplo, os fungos  Beauveria bassiana,  Trichoderma sp.,  Pochonia  chlamydosporia, Metarhiziu manisopliae, e as bactérias Pseudomonas fluorescens,  Bacillus subtilis, B.  amyloliquefacens, . thuringiensis, B. pumilus, B.  methylotrophicos dentre muitos outros. 

Embora pareça óbvio que o solo é um recurso fundamental que sustenta a vida no planeta, desempenhando serviços ecossistêmicos essenciais, importantes para o ciclo dos nutrientes e da água, regulação do clima, conservação da biodiversidade, sequestro de carbono e produção agrícola ou florestal, ele é, em muitos aspectos, pouco conhecido e não tem recebido os devidos cuidados em termos de uso e manejo, talvez por ainda acreditarem que o solo é um recurso infinito. Entretanto, são necessárias centenas de anos para formação de um único centímetro de solo. Os principais riscos de degradação dos solos estão relacionados às perdas irreversíveis por erosão e impermeabilização, contaminação com poluentes químicos, salinização, compactação, perda da matéria orgânica e diminuição da biodiversidade.  

Como forma de recuperar e melhorar a biodiversidade, que é algo tão importante para o solo, é vital que haja um manejo e gestão adequados do mesmo. Neste sentido, o conjunto de práticas de agricultura regenerativa permitem manter e recuperar a “saúde” do solo, melhorando suas propriedades físico-químicas e aumentando a biodiversidade nativa. Apesar de não ser um conceito novo, ela existe desde a década de 70, esse modelo de agricultura se baseia em quatro aspectos principais: o aumento da matéria orgânica no solo, a preservação da biodiversidade local, o sequestro de carbono e a gestão de recursos hídricos. Na sua essência está o conceito de que um ecossistema saudável é composto por plantas menos vulneráveis à ameaças fitossanitárias e com boa produtividade. Ela prega ainda o uso cada vez menor de químicos, por meio de uma visão mais holística no trato das plantas e o cuidado máximo no manejo do solo. 

Referências:

Buscot, François and Ajit Varma. “Microorganisms in soils: roles in genesis and functions.” (2005). MOREIRA, F. M. S.; SIQUEIRA, J. O. Microbiologia e Bioquímica do Solo. 2 ed. Lavras: UFLA, 2006. 729 p. Torsvik V, Øvreås L (2002) Microbial diversity  and function in soil: from genes to ecosystems. Curr Opin Microbiol 5:240–245 

David Dent,Boris Boincean (eds.)- Regenerative Agriculture_ What’s Missing_ What Do We Still Need to Know_ (2021, Springer International Publishing_ Springer) [10.1007_978-3-030-72224-1] – libgen.li 1

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